A bailarina de Auschwitz - Resenha crítica - Edith Eva Eger
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A bailarina de Auschwitz - resenha crítica

A bailarina de Auschwitz Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Biografias & Memórias

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-4310-724-0

Editora: Sextante

Resenha crítica

Um segredo, uma prisão interna

Durante o verão de 1980, a percepção de Edith Eva Eger sobre a necessidade de contar sua história se transformou. Até aquele ano, a sobrevivente do Holocausto buscava proteger seus filhos e evitava tocar no assunto traumático que dizimou milhões de vidas. 

Até que o capitão Jason Fuller entrou em seu consultório de psicologia, em El Paso. Parecia um paciente desafiador, mas que carregava em seu semblante a experiência da violência, algo que Edith reconhecia de longe. Seus olhos pareciam distantes e ele não conseguia falar bem.  

Jason tinha um trauma grande relacionado à violência, capaz de deixá-lo paralisado. E por mais que as crenças da autora fossem bem diferentes dos valores de Jason, essa era uma experiência em comum. Ambos sabiam como era ficar petrificado pelo medo. Edith carregava uma ferida tão profunda, da qual não conseguia falar com ninguém durante mais de 30 anos. A ferida do Holocausto em sua vida. 

Volta e meia, seu passado ressurgia como uma assombração, dando a sensação de atordoamento e ansiedade quando ouvia sirenes, passos pesados ou homens gritando. Era um trauma, causando a sensação de algo muito grave sempre prestes a acontecer. 

O que aconteceu não pode ser esquecido ou modificado. Mas a forma como reagimos ao passado é uma questão de escolha. Dessa experiência, Edith tomou coragem para encarar o trauma de maneira mais positiva para ela e para a humanidade. 

A prisão

Toda a vida da autora poderia ser resumida em um momento, com uma imagem estática. Nela, três mulheres vestem casacos de lã escura, de braços dados, em um pátio árido. Estão exaustas e com os sapatos sujos, em uma fila longa. 

Essas três mulheres são Edith, sua mãe e a irmã, Magda. Aquele foi o último momento delas juntas, embora se recusassem a pensar nisso. Foi um momento de ruptura com a vida de antes. 

Edith só passou a entender melhor sua experiência depois de repensar aquele momento. Ela diz ser capaz de enxergar-se junto à mãe e à irmã por diversos ângulos, mas não consegue ver seu próprio rosto. A matriarca era o pilar que sustentava a autora e a irmã. Mesmo depois de sete décadas, ela sempre voltava a essa imagem. 

Ao serem presas nos campos de concentração, o silêncio dominava o ambiente. Tiveram os cabelos roubados, colocaram uniformes e foram destituídas da própria dignidade. Os olhares dos oficiais nazistas eram piores do que qualquer palavra dita por eles. 

Durante aqueles dias, algumas perguntas vinham à sua mente. Será que já estava transformada em algo subumano? Algum dia voltaria a ser a garota que era antes? Só depois de muito tempo pôde compreender o tamanho daquele trauma em sua personalidade. Foram dias e mais dias andando e trabalhando forçadamente, como se dançasse no inferno.

Ao colocar na mente que superaria aquele horror, tantos anos depois, sua personalidade mudou, como se a ferida começasse a cicatrizar. 

Imaginando o fim 

Volta e meia, Edith se permitia imaginar o fim de seu encarceramento, da guerra, de todo aquele pesadelo que destruiu sua vida anterior. Pensava na alegria florescendo dentro do peito, com a vontade gigantesca de gritar o mais alto que pudesse sobre finalmente estar livre. 

Quando foi encontrada por oficiais estadunidenses, mal conseguia se manter consciente. Não havia alegria ou alívio. Precisou passar por feridas, piolho, tifo, olhos apáticos no período presa no campo de concentração. Sua irmã, Magda, caminhou lado a lado na busca pela sobrevivência, quando sua cidade natal não pertencia mais à Hungria, mas à Tchecoslováquia. 

Sem dinheiro para nada, o apartamento da família estava ocupado e as irmãs não tinham mais como sobreviver naquelas condições. Volta e meia, pensavam no tempo em que sequer tinham contato com o brilho do sol. 

Anos depois, ao revisitar todas essas experiências, Edith era capaz de sentir novamente o cheiro de tabaco na loja de relógios do pai, bem como visualizar seu vasto bigode, a sacada do comércio familiar, as medalhas douradas brilhando na grade. Sobreviver a todo esse rastro de destruição era um presente da vida. 

Por meses, ela e sua irmã souberam que seus dias de liberdade estavam contados e seria necessário dar um jeito de fugir dali para não serem presas novamente. E por anos, Edith evitou tocar nessas lembranças traumáticas. 

Imigrando 

Já passamos da metade deste microbook e chegamos a 28 de outubro de 1949. Nas lembranças de Edith, este foi o dia mais promissor de sua vida. Depois de perambular pelas ruas da Hungria, passar com a irmã por hospitais e abrigos, ter dúvidas sobre o futuro e consciência da necessidade de recomeçar a vida, deixando o passado para trás, essa era a data de conseguirem seus vistos para migrarem para o outro lado do mundo. 

Durante duas semanas, vislumbravam a chegada aos Estados Unidos, viajando no convés de um navio de transporte de tropas. Ao avistarem a Estátua da Liberdade como uma pequena boneca a distância, enfim, se sentiu livre. 

A ida para uma terra diferente representava assumir o risco para uma nova realidade. Depois de tanto tempo, Edith percebeu que a oportunidade vivida por ela, de uma vida livre e bem-sucedida nos Estados Unidos, era um privilégio e merecia ser contada para o mundo todo ouvir. Mesmo que para isso, fosse necessário exorcizar um exército de fantasmas que insistiam em atormentá-la tantas décadas depois do trauma. 

A dança da liberdade 

Não existe uma receita mágica, capaz de curar os traumas em cada um de nós. No entanto, é possível contar com passos que podem ser aprendidos e colocados em prática. Cada indivíduo pode fazer a dança da liberdade à sua maneira. 

Para Edith, o começo desse processo veio ao assumir a responsabilidade pelos próprios sentimentos, deixando de reprimi-los e evitá-los a todo custo. Mas, para isso, ela passou muito tempo fugindo das próprias emoções para evitar a dor. Ao atender o capitão Jason Fuller, Edith buscou mostrar que ele tinha de assumir a responsabilidade de também vivenciar suas dores, para expressá-las e, só então, vê-las se dissipando. 

É preciso dizer com todas as palavras quando um sentimento representa raiva, ódio, inveja, tristeza, alegria ou medo. O vocabulário emocional é menos opressivo do que todo o esforço para guardar esses sentimentos. Dando nome às próprias emoções, é possível superar os traumas e seguir adiante. 

Mesmo que essa dor represente a morte de milhões de pessoas, como no Holocausto. Se Edith pôde superar os horrores nazistas, em tudo que isso representava para ela, você também consegue deixar para trás as mágoas, sem o peso de carregar uma grande culpa. 

Observar, aceitar, verificar e permanecer nas próprias emoções é o caminho a ser seguido. 

O dia da libertação

Durante o verão de 2010, Edith foi convidada para dar uma palestra em uma unidade do exército estadunidense de soldados retornados do combate no Afeganistão, com uma alta taxa de suicídios. 

Sua presença por lá tinha o intuito de contar a história do próprio trauma, como sobreviveu a ele e voltou ao cotidiano comum. Edith escolheu ser livre e queria deixar claro aos soldados que eles também poderiam se adaptar à realidade longe da guerra. 

Quando começou sua fala, sentiu rápidos conflitos internos, desconforto, cobrando-se excessivamente, como a antiga jovem estudante de balé húngara tentando se provar perante homens e mulheres. Por um breve momento, relembrou a necessidade de compartilhar a verdade mais importante de sua vida, a vontade de assumir a responsabilidade absoluta por tudo que a rodeia. Sua vontade de arriscar, se libertar de julgamentos e de recuperar a inocência, aceitando as próprias limitações de ser humano imperfeito e cheio de amor para dar. 

Não tinha culpa pela morte dos pais e de tantas outras pessoas na Segunda Guerra. A vida continuou e ela escolheu desfrutá-la em sua plenitude, sem varrer os sentimentos para baixo do tapete. Algo parecido se aplicava àqueles militares. 

E finalizou com uma frase inesquecível, dita por sua mãe: não sabemos para onde estamos indo, não sabemos o que vai acontecer, mas ninguém pode tirar de você o que você põe em sua própria mente.

Notas finais 

É sempre emocionante se deparar com um relato dos sobreviventes do maior extermínio do século XX, o Holocausto. E quando a experiência de passar por esse trauma absurdo e inigualável fica represada por décadas, compartilhada sem constrangimento apenas depois de um incidente no consultório de psicologia, precisamos nos atentar. Não só para evitar a repetição da tragédia, mas para aplaudir uma mulher capaz de superar as próprias inseguranças. Sua narrativa demonstra que a vida merece ser vivida com plenitude, bons sentimentos, amor e afeto, sem descuidar da paz interior. Edith Eva Eger merece aplausos de toda a humanidade. 

Dica do 12min

No microbook A liberdade é uma escolha, Edith Eva Eger volta a nos dar uma lição de vida, ensinando como é possível ficar livre de prisões que atormentam a mente. Vale a leitura!

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Quem escreveu o livro?

Foi bailarina e ginasta até os 16 anos, quando foi enviada a Auschwitz com sua família. Após sobreviver ao Holocausto, sofreu diversos sintomas de estresse pós-traumático até os 50 anos, quando iniciou um longo processo de cura. Hoje é doutora... (Leia mais)

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