A linguagem secreta do carisma - Resenha crítica - Vanessa Van Edwards
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A linguagem secreta do carisma - resenha crítica

A linguagem secreta do carisma Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Cultura Corporativa & Comunicação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-5564-612-2

Editora: Sextante

Resenha crítica

A comunicação das pessoas cativantes

Ter uma ideia brilhante que vai ser ignorada é o mesmo que não ter ideia nenhuma. Todos os dias, pessoas criativas expressam boas propostas e são rejeitadas. Isso é fruto de uma má comunicação. Aprender a controlar os sinais que você emite e a decodificar os que recebe são habilidades transformadoras.

Sinais ruins fazem seus colegas ignorarem suas ideias e suas relações serem frágeis. Para isso, você vai precisar enxergar traços normalmente ocultos. Eles estão em encontros, ligações, chamadas de vídeo, emails e mensagens. Com esse conhecimento, dá para deixar sua comunicação forte e aumentar seu impacto. Vai ficar difícil subestimar você.

Sinais errados destroem oportunidades. Os certos, transformam reuniões mornas em memoráveis. Quase todos dão mais ouvidos à forma do que ao conteúdo. Os sinais mostram emoções ocultas e dão pistas de quem é confiável. Só que somos animais sociais. Enviamos muitos sinais sutis todos os dias. A tarefa de descobri-los é simples.

Amabilidade e competência

O carisma se revela em pistas. São sinais físicos e verbais. Isso dá trabalho, porque precisamos perceber o que emitimos e entender o que os outros emitem. Essa consciência fundamenta promoções. A comunicação carismática inclui amabilidade e competência. Os que se comunicam bem têm a mistura certa dos dois. 

Por isso, são respeitados. O resto se enquadra em outras categorias. Você pode ser amável e pouco competente. Isso significa que todos gostam de você, mas ninguém vai oferecer uma promoção. Caso seja o inverso, provavelmente é um profissional impressionante. A falta de respeito dos outros impede seu progresso, no entanto.

A autora relembra a história de Jamie Siminoff, o bem-sucedido fundador da empresa de tecnologia Ring. Sua ideia de empreendimento foi boa a ponto de ser comprada pela Amazon por mais de 1 bilhão de dólares. Ainda assim, cinco anos antes, todos os investidores do programa Shark Tank recusaram sua ideia. Para a autora, a razão foi a falta de carisma.

A magia da inclinação

A linguagem corporal é um bom pedaço da comunicação. Isso fica claro nos sinais de interesse. Se alguém inclina a cabeça em sua direção, quer saber mais sobre o que você diz. Você pode incliná-la quando quiser sinalizar curiosidade ou ser simpático. Isso é útil para fazer com que os outros fiquem confortáveis.

O interesse também está na inclinação do corpo. Quando você quer ver alguma coisa de perto, se inclina. Isso aumenta seu fator amável e desperta confiança. É um sinalizador de interesse. Traz um senso de parceria. O inverso disso é a inclinação para trás, criando uma distância entre você e o outro.

Caso discorde de alguém ou queira manter limites na conversa, pode se inclinar para trás. Isso também vale quando você quer manter sua posição. Repare também se alguém se inclina quando você fala. Veja se falou bobagem ou se invadiu o espaço do outro. Essa é a dica para pedir um feedback. 

Os bloqueadores

Repare se alguém põe a mão nos olhos ou na boca. Observe se mexe no colar ou em qualquer coisa perto do pescoço. Esses são gestos de bloqueio. Sinalizam desconforto, ansiedade, insegurança e medo. Normalmente, aparecem em quem esconde algo ou ouviu alguma informação chocante. Se vir alguém fazendo esses gestos, tente descobrir sua origem.

É comum ver bloqueadores ao ter conversas difíceis, por exemplo. É o que acontece quando você confronta um funcionário por mau desempenho. Os gestos protegem o coração, o pulmão ou o abdome. Um bloqueador comum que adolescentes usam na escola é colocar o caderno na frente do peito e abraçá-lo.

Mas olhe quando alguém se abraça, toca o pescoço ou coloca algo protegendo o corpo. O bloqueio da boca e dos olhos também é comum, como quando alguém rói as unhas, bater com a mão nos lábios, esfrega os olhos ou pisca muito. Além de um bloqueador, a frequência das piscadas aumenta em situações de nervosismo.

Enfraquecendo sinais negativos

Emoções são contagiosas. Quando alguém no seu círculo social tem sinais não verbais de sensações negativas, influencia todo o resto. O estado de espírito de um faz diferença nos outros. Mas existe uma forma de parar o contágio negativo. O segredo é dar nome aos sinais. Fica fácil identificá-los e neutralizá-los assim.

O inverso também é verdadeiro. Seu estado de espírito pode influenciar para o bem e criar um contágio positivo. Líderes disseminam sentimentos produtivos. Se você projetar amabilidade, vai receber o mesmo. O carisma muda os sinais do mundo ao redor. É só mostrar o que quer irradiar em seu círculo.

É isso que acontece quando você se empolga com a boa notícia de outra pessoa. O mesmo efeito surge ao se entristecer quando alguém passa por uma dificuldade. Quando vemos uma emoção em alguém, o cérebro se ajusta para sentir do mesmo jeito. Isso faz com que o humor de um passe para o outro.

A postura de um líder

As mãos em torre, com a ponta dos dedos unidas são um sinal universal de confiança. Também sinalizam abertura e tranquilidade. Encorajam os outros a se abrirem por isso. Ter uma boa linguagem corporal é um requisito da liderança, mostrada nos ombros relaxados, cabeça levantada e olhar penetrante. 

Por exemplo, a postura contou para que Kennedy vencesse as eleições dos Estados Unidos em 1960. No debate decisivo, a postura de Nixon demonstrava muito mais nervosismo do que a do seu opositor. Kennedy deixou as mãos tranquilamente cruzadas no colo, enquanto Nixon segurava fortemente um dos braços da cadeira. O sinal imediato de ansiedade fez diferença.

O sinal também é comum quando tentamos segurar a raiva, o que fez com que Nixon parecesse irritado e assustado ao mesmo tempo. Sua mão passou a deslizar sobre a própria coxa, um sinal de que tentou se acalmar se tocando. Quando fazemos isso, é como se disséssemos a nós mesmos que tudo vai dar certo.

As verdades reveladas pelo distanciamento

Já passamos da metade do microbook e a autora conta os efeitos do distanciamento. Se você ouvir algo que não gosta, vai sentir vontade de se afastar. É algo que também acontece durante a mentira. Repare em comportamentos súbitos. Recostar-se na cadeira, andar para trás, virar-se para o outro lado e inclinar-se para trás são exemplos.

Em alguns casos, as pessoas se distanciam sem querer. É o que acontece quando você ignora a pessoa ao lado para olhar o celular. Além de um comportamento grosseiro, é algo que lhe faz menos digno de confiança. Outro distanciamento acidental acontece quando alguém apresenta uma palestra de costas para o público, olhando para os slides.

Os sinais de distanciamento indicam que você disse algo desagradável, ou que a pessoa mentiu e quer se afastar do problema. Outra possibilidade é a simples distração. Reflita sobre o gatilho que gerou o distanciamento. Se foi algo não intencional, esclareça.

Não afirme como se perguntasse

Na comunicação, a voz importa. Pode repelir ou atrair alguém. A dica é não afirmar como se perguntasse. Ao aumentar o tom de voz no final das frases, tudo o que diz parece uma pergunta. Isso acontece quando estamos nervosos e mostra falta de confiança. Não é difícil mudar, mas você precisa se ouvir.

Se tiver alguma apresentação de trabalho gravada, reveja-a e repare em como suas frases soam. Caso ouça esse tom em alguém, tenha em mente que essa pessoa deve estar nervosa. É como se pedisse afirmação para o outro. A diferença que a voz provoca é grande.

O nome disso é “entonação interrogativa”. É o que fazemos quando estamos inseguros. O tom também é comum quando as pessoas mentem. Isso faz com que uma entonação interrogativa usada por nervosismo faça também com que quem a usa pareça desonesto. Se for o seu caso, se esforce para usar um tom neutro.

O carisma dos emails

As palavras ajudam a melhorar o carisma de um jeito fácil. Podem trazer amabilidade e competência. Palavras amáveis incluem “conectar”, “feliz”, “colaborar”, “juntos” e “ambos”. Têm o efeito do sorriso ou da inclinação de cabeça. Os emojis também são um sinal e trazem uma sensação agradável. 

Por sua vez, palavras competentes indicam conhecimento e profissionalismo. Incluem termos como “brainstorming”, “produtivo”, “eficaz” e “ciência”. Eles nos deixam motivados, como pesquisas, dados e tabelas. Alguns termos usam a amabilidade e a competência, gerando carisma. É o caso de “criativo”, “confiante”, “liderar” e “ótimo”. São provocadoras de otimismo. A maioria não usa esse tipo de termo, se resumindo às palavras sem graça.

É possível cortar algumas do seu vocabulário. Evite termos negativos, como “estresse”, “complicado”, “problema”, “ocupado” e “confuso”. Coloque mais amabilidade e competência em seus emails e evite ser chato. A chatice é a antítese do carisma. Acontece quando não nos esforçamos para ser amáveis ou competentes.

A cor do carisma

Pistas visuais mudam a cara da comunicação. As roupas, a decoração, as cores e o tipo de papel mudam a apresentação da água para o vinho. Repare no efeito inconsciente de cada coisa. A psicologia das cores mostra isso. O vermelho lembra a ação, se relacionando com força, excitação e poder.

O azul é uma cor que vai na direção oposta. Transmite calma e tranquilidade. Isso tem aplicações práticas. O vermelho é útil para destacar um texto em um slide da sua apresentação, por exemplo. Mas, caso queira passar uma mensagem tranquila, use uma roupa azul. Fique de olho nas suas próprias pistas e analise seu viés. 

Observe se, ao mudar uma pista, você também muda suas relações. Se quiser aumentar sua amabilidade, use visuais divertidos. Pense em acessórios de cabelo. Caso queira aumentar sua competência, aposte em cores tranquilas. O segredo é ser intencional. Escolha itens consistentes. Não use nada que não combina com você.

Seja levado a sério

Você merece ser respeitado, levado a sério e reconhecido. A amabilidade encoraja a confiança e a competência incentiva a seriedade. Prestar atenção nos sinais ajuda a transmitir o que precisa para conseguir o que quer. Mas isso, por si só, não vai lhe deixar amável ou competente. Você ainda vai precisar se esforçar.

Nem todas as pistas inconscientes são úteis. As pessoas ainda são suscetíveis a preconceitos de gênero, aparência ou etnia. Muitos inconscientemente favorecem um grupo de pessoas por razões injustas. Pessoas atraentes são vistas como mais competentes e inteligentes, por exemplo. Podemos diminuir o efeito dessas sugestões, no entanto.

Se você é injustamente visto como pouco eficiente, precisa deixar pistas de que não é. Caso as pessoas lhe vejam como pouco caloroso, vai precisar trabalhar para provar o contrário. Deixe sinais de amabilidade para atrair pessoas amáveis e revele sua competência para atrair os competentes. Se estiver em dúvida, use o carisma para atrair os dois.

A linguagem secreta do carisma

Um sinal faz toda a diferença. Treine para ver e emitir pistas com pessoas diferentes. Veja como se sai em casa e no trabalho. Interaja com parentes e amigos. Trabalhe pela amabilidade e competência para chegar no equilíbrio ideal. Use os sinais a seu favor. Ajuste, modifique, adapte, personalize.

Faça do seu jeito e cuide para que o resultado não seja agressivo. Os sinais vão mudar sua comunicação, suas interações e sua confiança. Não os use como disfarce, eles não mudam a realidade. Evite fingir. Se você não se sentir amável, não demonstre sinais de amabilidade. Em vez disso, torne-se de fato. 

Crie conexões verdadeiras e seja autêntico. Por fim, não brinque de detetive. Você não precisa olhar para todo mundo em busca de algum erro que estejam escondendo. Aprenda a esperar o melhor das pessoas. Pessoas carismáticas não são constrangedoras. Tenha fé no mundo e ele acreditará em você.

Notas finais

O carisma é uma habilidade. Qualquer um pode desenvolvê-la. Se você se esforçar para emitir sinais melhores, vai passar uma forte impressão de ser amável e competente. Incline-se, sorria, troque as cores e seja preciso nos slides de apresentações. Como em quase tudo, o segredo está nos detalhes. 

Dica do 12min

Como a autora mostrou, a comunicação não verbal ocupa um pedaço grande da comunicação. Dá para perceber sinais ocultos e captar o que não é dito. O ex-agente do FBI Joe Navarro mostra, em detalhes, como isso funciona. Confira o microbook “O que todo corpo fala”, aqui no 12 min

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Quem escreveu o livro?

Vanessa Van Edwards é investigadora comportamental da Science of People e autora de Captivate: The Science of Succeeding with People.... (Leia mais)

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