História do mundo em 6 copos - Resenha crítica - Tom Standage
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História do mundo em 6 copos - resenha crítica

História do mundo em 6 copos Resenha crítica Inicie seu teste gratuito

Este microbook é uma resenha crítica da obra: A history of the world in 6 glasses

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9788571108936

Editora: Zahar

Resenha crítica

A Cerveja: Na Mesopotâmia e no Egito 

A água era a bebida básica da humanidade desde o Homo Sapiens. Representa mais de dois terços do corpo humano, é nosso líquido primordial para a produção de todos os outros. Não há vida na Terra sem água. 

Não se tem certeza quanto a uma data exata da primeira fermentação de cerveja, embora ela tenha se tornado o núcleo central da vida, nos campos social,  religioso e econômico das primeiras civilizações. 

A cerveja foi a primeira bebida fabricada pela humanidade no mundo moderno. Ela não existia antes do ano 10.000 a.C., mas o Oriente Próximo já a tinha popularizado por volta do ano 4.000 a.C., quando apareceu em um pictograma na região da Mesopotâmia, onde atualmente temos o Iraque. Nele, há duas pessoas tomando cerveja com canudos em um jarro de cerâmica.  

No princípio, a cerveja tinha grãos, palhas e fragmentos flutuando na superfície. O canudo ajudava as pessoas a não engolirem tais grãos. 

A descoberta da cerveja 

A coleta de grãos selvagens de cereais era frequente por volta do ano 10.000 a.C., o que tornava inevitável a descoberta da cerveja. Porque ela foi descoberta, não inventada. 

Os grãos eram uma fonte alimentar de pouco interesse, mas muito confiável por seus exploradores. Quando crus, não eram comestíveis, mas descobrir que, ao ser esmagados ou comprimidos, poderiam ser mergulhados na água para o consumo, foi algo que mudou a forma de os povos entenderem seu papel na cultural mundial. 

De início, os grãos eram misturados em algo semelhante a uma sopa, misturados com ingredientes como peixes, castanhas e frutas silvestres. 

Ao descobrir as principais características de grãos diversos, dos cereais com pequeninos grãos de amido e suas propriedades ao serem colocados na água quente, a descoberta da cerveja seria questão de tempo, conforme os avanços da época. 

Ao contrário de outros alimentos, os grãos poderiam ser armazenados para consumo por meses, ou até anos, ao serem guardados de maneira adequada, em um lugar seco. 

Em uma bebida nova, essa característica chamaria atenção dos fabricantes.

Sob a influência da cerveja?

A cerveja exerceu importante função social desde seus primórdios. Há descrições da bebida no terceiro milênio antes de Cristo, com duas pessoas bebendo com auxílio de canudos, no mesmo recipiente.

Era um ritual persistente o uso dos canudos para o consumo da cerveja. E seu consumo era um costume partilhado, coletivo, pouco individualizado. 

Junto com a agricultura, a cerveja foi a semente da modernidade, da forma como nos comportamos atualmente. 

Os primeiros passos do conceito de civilidade atual do homem são paralelos ao uso da cerveja como bebida recreativa. Encontrar uma pessoa ou um grupo, partilhar histórias e experiências, dando risadas e tendo um convívio para além do laboral... Uma experiência comum aos fins de semana atualmente, né? 

A civilização começa a ser civilização ao mesmo tempo em que a cerveja passa a ser a cerveja, desse jeito que a conhecemos atualmente. A descoberta da escrita também acontece com a descoberta da cerveja como algo mais que um aglomerado de cereais.

A cerveja estava presente no cotidiano dos egípcios e mesopotâmicos por toda a vida. Eles se viam entusiasmados com a bebida, tanto quanto com o surgimento das sociedades de maneira mais complexa e organizada. Os registros escritos e a popularidade da cerveja são histórias que se cruzam.

O vinho: Na Grécia e em Roma 

Embora surja como novidade elegante, o vinho não era algo novo nessas duas das mais conhecidas civilizações na história da humanidade. Tal qual a cerveja, tem origens na pré-história da humanidade, embora tenha sido produzido inicialmente entre os anos 9.000 e 4.000 a. C, nas regiões da Armênia e do Irã. 

Esse suco fermentado, com uvas amassadas, aparece com as tentativas de guardar uvas ou sucos da fruta em períodos longos, em recipientes de cerâmica, que acabam se transformando em vinho depois de algum tempo. 

Os jarros surgem por volta de 5.400 a.C. e é provável que o primeiro relato do vinho tenha surgido na história bíblica de Noé.

O berço do pensamento ocidental

Os gregos amavam o vinho. Tal paixão visível o fazia presente em festas formais e também em ambientes mais divertidos, de lazer.

A possível superioridade dos gregos diante de outras civilizações era usada com o vinho, marca desse povo em diversas ocasiões. 

Os simpósios e outros debates mais intelectuais tinham o vinho como presença marcante e convidado de honra. Os que não tomavam vinho eram tidos pelos gregos como bárbaros, pessoas sem intelecto. 

Abundante, o vinho tinha preço acessível, já que clima e terreno gregos eram ideais para o cultivo da iguaria. 

E foi a partir do século VII a.C. que o cultivo das vinhas expandiu-se para além da Grécia. 

Destilados: No período colonial

A destilação pode ser definida como o processo que envolve vaporizar e condensar um líquido, para separar e purificar suas partes. 

É um costume antigo, já que há equipamentos de destilação simples descobertos no norte da Mesopotâmia desde alguns milhares de anos antes de Cristo. 

As técnicas para destilar eram familiares aos gregos e romanos. Até mesmo Aristóteles percebeu valores no vapor condensado pela fervura da água, segundo alguns escritos encontrados. Depois de alguns anos, a destilação foi rotineiramente aplicada ao vinho pelos árabes. 

A destilação e seu conhecimento foi um dos aspectos de sabedoria antiga que muitos povos fizeram questão de preservar.  Os escritos sobre a destilação, ao serem traduzidos do idioma arábico para o latim, levaram conhecimento à Europa Ocidental no período das colônias.

As novas bebidas destiladas surgem na Europa quando seus habitantes e exploradores passaram a abrir caminhos marítimos pelo mundo. Suas travessias marítimas para descobrir o Novo Mundo coincidem com o conhecimento dos destilados, com a definição de alambique como um lugar que faz bebidas e conhecimento.

O café: Na idade da razão

O racionalismo na Europa veio junto com a propagação de uma nova bebida. O café, segundo diziam, gerava acuidade e clareza no pensamento.

Cientistas, intelectuais, comerciantes e burocratas, os chamados artífices da informação, tinham no líquido preto sua bebida preferencial. 

O café ajudou profissionais que executavam trabalho mental a regularizar o dia, para que ficassem  vigilantes até o final do expediente ou mais. 

A introdução do café na Europa foi durante o século XVII e trouxe notabilidade grande, numa época em que a cerveja e o vinho eram as bebidas mais comuns da época. 

O café surge como uma alternativa nova e mais segura às bebidas alcoólicas. E eram mais seguros até mesmo que a água, por sua menor propensão à contaminação.

O triunfo do café 

A Londres entre as décadas de 1650 e 1660 era o cenário crucial para o surgimento dos primeiros cafés públicos. Eram alternativas mais puritanas e respeitáveis que as tabernas, não muito adeptas à sobriedade.

Iluminados e bem decorados com livros e espelhos, quadros em molduras e boas mobílias, eram um contraste à escuridão dos ambientes onde era servido o álcool.

É importante ressaltar o quanto aquela época era de costumes conservadores, o que fazia com que os cafés crescessem como uma concorrência mais sadia aos ambientes pouco aceitos pela sociedade de então. 

Os cafés públicos geravam bons debates, onde intelectuais e pessoas comuns trocavam ideias. Os grandes impérios desde então foram germinados em debates regados a um bom café. 

O chá: E o Império Britânico

O Império Britânico teve territórios amplos e espalhados por todo o mundo. Chegou a ser descrito como um vasto império no qual o sol nunca se põe, tendo em vista que abrangia 20% da superfície do mundo e 25% de sua população, no século XVIII. 

O chá serviu como base para ampliar o comércio europeu com o Oriente. Seus lucros eram usados para financiar tal avanço em direção às Índias. 

O chá veio como uma bebida do trabalhador, combustível para operários das fábricas movidas a máquinas desde a Revolução Industrial.

Já que o sol nunca se punha nos impérios britânicos, toda hora era hora de tomar um chá. Em algum lugar havia chá sendo tomado, em detrimento das bebidas mais caras, às quais os operários não tinham acesso. 

O surgimento da cultura do chá

Por mais que o chá seja facilmente atribuído aos britânicos, sabe-se que uma das possíveis origens venha da China, possivelmente no reinado do imperador Shen Nunc, entre os anos 2737 e 2697 a.C.

Segundo a lenda, o imperador fervia água para beber, com galhos de um arbusto de chá

selvagem para alimentar o fogo, quando uma rajada de vento levou algumas das folhas da planta para dentro de seu pote. Tal infusão virou uma bebida delicada e reanimadora. Mas também há relatos de que essa pode não ser a origem real do chá. Seu surgimento não é a principal questão aqui, mas o surgimento da cultura que o popularizou.

Mesmo que surgido na China ou em qualquer outro canto do mundo, o fato é que ninguém soube utilizá-lo melhor do que os britânicos.

A cultura do chá foi crucial para a expansão do Império não só territorial, mas também culturalmente. Virou uma marca, até hoje conhecida. 

A Coca-Cola: A ascensão dos Estados Unidos 

Semelhante à ascensão cultural do império britânico com o chá, a Coca-Cola teve papel crucial na popularização e crescimento dos Estados Unidos como potência avassaladora no século passado. 

A globalização da guerra, da política, do comércio e das comunicações crescem junto com o líquido doce e negro, bebido em todos os cantos do mundo. 

A Coca-Cola é símbolo de liberdade econômica, política de escolha, consumismo e democracia. Uma marca do sonho norte-americano. Representa o capitalismo global cru, a hegemonia de uma marca perante outras. 

Você encontra uma garrafa de Coca-Cola em todos os cantos do mundo, da mesma forma que pode achar um item cultural norte-americano em qualquer lugar do mundo.   

A globalização pela garrafa

A Coca-Cola demonstra a tendência de um único mercado global. A globalização está refletida na presença total deste refrigerante. 

Para o bem ou para o mal, a Coca é um estudo de caso dos nossos tempos contemporâneos. Há quem a odeie, há quem a ame. O mesmo vale para os Estados Unidos. 

À medida em que os meios de comunicação estejam mais conectados, a economia global cada vez mais próxima, a Coca-Cola demonstra que, desde seus primeiros dias na economia norte-americana, mostrava já uma tendência de um futuro em que todos nós estaríamos em conjunto.

E a Coca está lá, em todos os cantos. 

Notas finais 

Há diversas maneiras de contar a história do mundo, sob muitos pontos de vista. 

Em História do mundo em 6 copos, Tom Standage parte de seis diferentes bebidas - cerveja, vinho, destilados, café, chá e Coca-Cola - para demonstrar o quanto o surgimento e ascensão de cada uma delas corresponde a um período específico da humanidade. 

Desde os tempos mais remotos, antes de Cristo até o momento de globalização e comunicação instantânea, há uma bebida que representa bem, estética e culturalmente, o que foi cada um dos momentos vividos pela humanidade. 

O autor destrincha, com propriedade e muito conhecimento, as maneiras como diversos impérios usaram dos copos, como metáforas para diversos aspectos culturais e econômicos, para exercer domínio sobre outros povos, para enriquecer, para adquirir poder.

Definitivamente, as bebidas têm histórias, que merecem ser contadas!

Dica do 12’

 Em O mundo assombrado pelos demônios, Carl Sagan destrincha o quanto crenças moldam nossa forma de ver o mundo, tal qual as bebidas traçam um paralelo interessante entre sua ascensão e a história da humanidade.

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Quem escreveu o livro?

Tom Standage é um autor e jornalista da Inglaterra que já trabalhou em diversas revistas renomadas como The Economist, e já escreveu livros como "The Victorian Int... (Leia mais)

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