Mantenha o Seu Cérebro Vivo - Resenha crítica - Lawrence C. Katz
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Mantenha o Seu Cérebro Vivo - resenha crítica

Mantenha o Seu Cérebro Vivo Resenha crítica Inicie seu teste gratuito

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-8575426944

Editora: Gmt

Resenha crítica

Campeão de vendas, “Mantenha o Seu Cérebro Vivo” introduz a Neuróbica. Trata-se de um impressionante sistema desenvolvido para aprimorar o potencial de nossa mente, baseado nas mais recentes descobertas da neurociência.

Diferentemente de recursos tradicionais de memorização, como os jogos de quebra-cabeças ou as palavras cruzadas, a Neuróbica emprega a conjunção dos sentidos para elaborar exercícios que, apesar de sua simplicidade, apresentam excelentes resultados para aumentar a capacidade cerebral.

E aí? Se interessou? Então venha conosco descobrir como nunca mais esquecer um nome, aprender facilmente a utilizar um novo software e se manter criativo em sua vida pessoal e profissional. Boa leitura!

A base científica da Neuróbica

A Neuróbica é uma síntese de novas e importantes informações sobre a organização do cérebro, como ele adquire e mantém informações, e como certas atividades cerebrais produzem os nutrientes naturais do cérebro.

Esses avanços incluem o córtex cerebral e suas áreas, moléculas específicas e tipos específicos de estimulação sensorial.

O córtex cerebral é a sede do aprendizado no cérebro e consiste em um número inesperadamente grande de áreas diferentes, cada uma especializada em receber, interpretar e armazenar as informações que vêm dos sentidos. O que você experimenta através dos sentidos não se concentra em uma única parte do cérebro.

As áreas do córtex cerebral são ligadas por centenas de circuitos neurais diferentes, capazes de armazenar memórias em combinações quase ilimitadas. Como o sistema é tão complexo e o número de combinações possíveis de circuitos cerebrais tão vasto, empregamos apenas uma pequena fração das combinações possíveis.

O cérebro tem uma profusão de moléculas específicas – as neurotrofinas – que são produzidas e segregadas pelas células nervosas para agirem como uma espécie de nutriente cerebral. São essas moléculas que promovem a saúde das células nervosas e das sinapses.

A quantidade de neurotrofinas produzida pelas células nervosas – e a forma como as células nervosas reagem às neurotrofinas produzidas por outras células nervosas – é regulada pela própria atividade das células.

Em outras palavras, quanto mais ativas as células do cérebro, mais produzem moléculas que estimulam seu crescimento e melhor reagem.

Tipos específicos de estimulação sensorial, em particular as experiências fora da rotina, que produzem novos padrões de atividades nos circuitos nervosos, podem produzir quantidades maiores dessas moléculas que estimulam o crescimento.

Até que ponto as “drogas milagrosas” e as dietas são eficientes?

O progresso na pesquisa da neurociência também tem produzido drogas promissoras para o tratamento de graves problemas do cérebro, como as doenças de Alzheimer e de Parkinson.

Mas um lamentável subproduto desse progresso, numa sociedade orientada pelo lema de “uma pílula para cada doença”, é uma crescente demanda por medicamentos ou suplementos dietéticos que milagrosamente interromperiam o declínio da capacidade mental ou melhorariam o desempenho com uma simples dose.

A mídia sempre apregoa novas pílulas que favorecem a memória e recuperam a capacidade do cérebro. É verdade que há drogas que aumentam a transmissão sináptica no cérebro de várias maneiras e algumas podem proporcionar melhorias da memória a curto prazo.

O problema é que há sempre riscos ocultos e ainda desconhecidos no uso dessas drogas. Lembram os efeitos colaterais negativos nos atletas que tomavam esteroides para melhorar o desempenho físico? Além disso, os efeitos das “drogas milagrosas” são apenas de curto prazo, o que significa que devem ser tomadas continuamente.

Se, num passe de mágica, surgisse uma droga para aumentar o desempenho mental, ela de nada adiantaria se você não exercitasse o cérebro ao mesmo tempo. Seria como tomar uma dessas bebidas energéticas, com alto teor de proteínas, e não fazer qualquer exercício físico.

Há também quem afirme que o desempenho do cérebro pode ser aumentado ou preservado quando se toma certas vitaminas ou minerais de origem natural existentes nos extratos de algumas plantas.

Não resta a menor dúvida de que uma dieta equilibrada e exercício físico são importantes para manter um cérebro saudável, mas não há prova científica irrefutável dos alegados benefícios para a memória de complementos dietéticos específicos.

Um caminho mais prudente para a saúde cerebral é utilizar a capacidade do cérebro de produzir seus próprios nutrientes naturais. Com esse método, as neurotrofinas e moléculas semelhantes serão produzidas nos lugares e nas quantidades certas, sem efeitos colaterais.

O que acontece no cérebro com a Neuróbica

Vamos examinar o exemplo da personagem Jane voltando do trabalho e entrando em seu apartamento. Vamos examinar o que acontece em seu cérebro para fazer com que esses poucos minutos de seu dia se tornem um exercício neuróbico.

Jane abriu a bolsa e procurou as chaves do apartamento. Em geral guardava as chaves no compartimento externo da bolsa, mas não estavam ali hoje. “Será que as esqueci?! Não... estão aqui.” Ela tateou as chaves, para encontrar a que abria a porta da frente.

As chaves de Jane estão no fundo da bolsa, no meio de inúmeros objetos diferentes – caixa de óculos, batom, lenço de papel –, cada um com sua textura e formato específicos. Em vez de usar a visão para encontrar logo as chaves, Jane baseia-se agora no sentido do tato.

Como entrar no apartamento é importante para ela, os circuitos da atenção e da emoção em seu cérebro estão ativos quando encosta os dedos na superfície dura e lisa do tubo de batom, encontra a maciez do lenço de papel, até identificar as chaves.

Em seu cérebro, associações há muito adormecidas estão sendo reativadas entre as áreas do córtex que processam o tato, as áreas na parte visual do córtex que guardam as “imagens” mentais dos objetos e as áreas do cérebro que mantêm os nomes dos objetos.

Essa reativação faz com que grupos específicos de células nervosas se tornem mais ativos, num padrão que não é comum para Jane. Isto, por sua vez, pode ativar a produção de neurotrofina pelas células, reforçando ou formando outro conjunto de conexões na “rede de segurança” do cérebro.

Teve de tentar duas vezes antes de ouvir o estalido da fechadura. Em circunstâncias normais, o ato de inserir uma chave na fechadura usa apenas a visão e a “memória motora”, um “mapa” inconsciente nas partes do cérebro que controlam os movimentos.

É o que nos proporciona uma informação permanente, nos permitindo sentir onde estão as partes do nosso corpo no espaço, o que é chamado de sentido proprioceptivo.

Mas desta vez Jane tenta enfiar a chave na fechadura usando o mapa motor em conjunto com o tato, não com a visão. E essa ação fora da rotina faz ativar e reativar conexões nervosas quase nunca usadas, entre o sentido do tato e o sentido proprioceptivo.

Com as pontas dos dedos encostando de leve na parede, ela foi até o pequeno armário embutido no lado direito, abriu-o, pendurou o casaco. Virou-se devagar e projetou na mente a localização da mesa com o telefone e a secretária eletrônica.

Na maior parte do dia, em quase todas as situações, Jane circula pelo mundo usando a visão como guia. Com o passar do tempo, o sistema visual formou um “mapa” do apartamento em várias partes do cérebro.

Os sentidos do tato e audição também estão envolvidos nesses mapas, mas as conexões não-visuais raramente são usadas. Hoje, no entanto, Jane usa o tato para produzir uma memória espacial da sala, a fim de circular por ela.

Os circuitos do tato que dão acesso aos mapas espaciais, em geral adormecidos, adquirem agora uma importância crítica para realizar essa tarefa simples e com isso efetuam um exercício inesperado. O mesmo acontece com os outros sentidos de Jane.

Com o maior cuidado, seguiu nessa direção, orientando-se pelo contato dos dedos com a poltrona de couro e o perfume das rosas que ganhara no aniversário. Teve a precaução de não esbarrar na mesinha de centro. Esperava que houvesse recados de sua família na secretária eletrônica.

Nesse ponto, o sistema olfativo de Jane funciona a toda para realizar uma coisa que raramente faz: ajudá-la a encontrar seu caminho pelo mundo. O sistema olfativo tem uma linha direta com o hipocampo, a área do cérebro que cria os mapas espaciais do mundo.

O perfume das rosas atua em diversos níveis do cérebro. A associação das rosas com seu aniversário, combinada com o importante objetivo emocional de alcançar a secretária eletrônica a fim de ouvir as mensagens da família, faz com que se tornem um forte estímulo emocional.

Além disso, Jane está formando uma nova e poderosa associação: não apenas as flores têm um cheiro agradável e fazem você se sentir bem, mas também podem indicar em que parte do seu mundo você se encontra.

Hoje era diferente...

E era mesmo. Ao passar apenas alguns minutos fazendo de uma maneira diferente todas as coisas que normalmente faria ao chegar em casa, Jane acionará literalmente dezenas de novos ou raramente usados circuitos em seu cérebro.

As sinapses entre as células nervosas foram reforçadas por essas atividades incomuns e desafiadoras. Ao reagir ao aumento da atividade, algumas células cerebrais de Jane começaram a produzir mais moléculas de crescimento do cérebro, como as neurotrofinas.

Além disso, como resultado do exercício, ocorreu uma pequena, mas significativa mudança no cérebro de Jane. Novas associações sensoriais, como a sensação tátil da poltrona de couro, tornaram-se parte do vocabulário de seu cérebro quando ela entrou na sala no dia seguinte.

Começando e terminando o dia

Todos nós temos rituais matutinos para, rapidamente e sem pensar, levantar e sair de casa. Essas rotinas fixas permitem que o cérebro opere no piloto automático e seja mais eficiente. E na hora de deitar, depois de um dia de esforço mental e físico, as rotinas também constituem um conforto.

Como as rotinas se encontram tão arraigadas em nossas manhãs e noites, estes são momentos ideais para introduzir alguma novidade a fim de despertar novos circuitos do cérebro.

Acorde e sinta o cheiro de baunilha

Mude sua associação olfativa pela manhã – você em geral acorda com o cheiro de café fresco – providenciando uma coisa diferente, como o aroma de baunilha, limão, hortelã ou alecrim.

Mantenha uma essência de seu aroma predileto num recipiente hermeticamente fechado ao lado da cama por uma semana. Abra assim que acordar. Feche e torne a abrir depois que tomar banho e se vestir.

É bem provável que você não consiga se lembrar com precisão quando “aprendeu” a associar o cheiro de café com o começo de um dia. Ao vincular sua rotina da manhã com um novo odor, de maneira sistemática, estará ativando novos circuitos neurais.

Tome seu banho de chuveiro com os olhos fechados

Localize as torneiras e ajuste a temperatura e o fluxo da água usando apenas o tato. Verifique se tem um bom equilíbrio antes de tentar isso. Use o bom senso para não se queimar com água quente demais ou se machucar de qualquer outra maneira.

Debaixo do chuveiro, encontre todos os objetos necessários pelo tato. Passe o xampu, ensaboe-se, hidrate o corpo, faça a barba e assim por diante de olhos fechados. É bem possível que suas mãos descubram texturas e contornos variados de seu próprio corpo de que você não tinha consciência quando “via”.

Embora seja provavelmente a sugestão da Neuróbica que menos desperdice tempo e esforço, esse exercício do chuveiro vai despertar o cérebro.

Escove os dentes com a outra mão

Escove os dentes com a mão esquerda, ou direita, se você for canhoto. Use-a inclusive para abrir o tubo e colocar a pasta na escova.

Você pode trocar de mão em qualquer atividade da manhã, como pentear os cabelos, fazer a barba, aplicar maquiagem, abotoar as roupas, colocar as abotoaduras, comer ou usar o controle remoto da TV.

Esse exercício exige que você use o lado oposto do cérebro em vez do lado que normalmente usa.

Assim, todos os circuitos, conexões e áreas do cérebro envolvidos no uso da mão dominante ficam inativos, enquanto seus equivalentes no outro lado do cérebro passam a orientar de repente um conjunto de comportamentos dos quais não costumam participar.

As pesquisas têm demonstrado que esse tipo de exercício pode resultar numa rápida e substancial expansão dos circuitos nas partes do córtex que controlam e processam as informações táteis da mão.

Ida e volta do trabalho

Usamos mapas mentais para navegar por nossa vida cotidiana. Na meia-idade, já criamos centenas de mapas e podemos recordar com facilidade a disposição de salas e quartos nas casas em que vivemos, as ruas da cidade, redes de estradas, as relações espaciais entre países e continentes.

Como perder o senso de direção é desconcertante, e até mesmo assustador, o cérebro dedica muito do seu poder de processamento para formar e interpretar esses mapas mentais.

Os antigos navegantes polinésios não dispunham dos modernos sistemas de orientação marítima. Navegavam pelo Pacífico prestando atenção a indicações multissensoriais, como mudanças sutis nas ondas, o cheiro do mar, os tipos de algas que passavam pela embarcação, a intensidade e direção do vento.

Em suma, esses antigos exploradores utilizavam todos os elementos do exercício neuróbico: uma tarefa importante, o uso de todos os sentidos, a formação de novas associações!

Hoje são limitadas as oportunidades de exercitar o cérebro na navegação de mares inexplorados. Quase todos os dias, nossas faculdades visuais e espaciais são usadas para uma atividade muito mais corriqueira: a ida e volta do trabalho.

Infelizmente, exercemos essa atividade da forma menos neuróbica possível. Ela é previsível, rotineira, entorpece o cérebro. Todos nós já tivemos a experiência de chegar ao trabalho sem ter a menor ideia de como fizemos o trajeto.

Na maior parte do percurso, se dirigimos um carro, ficamos envolvidos por um ambiente que parece um casulo, isolado das imagens, sons e cheiros do mundo exterior e, muitas vezes, das outras pessoas também.

Mas, com um pouco de planejamento, a ida e volta do trabalho pode deixar de ser uma atividade passiva e indiferente para transformar-se em outra que fortalece o cérebro. Aqui estão algumas ideias para transformar sua viagem diária num exercício neuróbico.

Comece sem ver

Se você vai de carro para o trabalho, entre no carro e prepare-se para ligá-lo com os olhos fechados.

Usando apenas o sentido do tato e a memória espacial, encontre a chave correta no seu chaveiro, abra a porta do carro, sente-se no banco, prenda o cinto de segurança, enfie a chave na ignição e localize os controles familiares, como o rádio e o limpador de para-brisa.

O sentido tátil aciona uma memória espacial dos lugares em que estão as coisas através de circuitos cerebrais raramente usados.

Fechar os olhos também abre oportunidades para formar associações adicionais – como a sensação detalhada das chaves e o metal frio da fivela do cinto de segurança – que são suprimidas quando você se baseia apenas na visão.

Desbrave novos caminhos

Siga por um percurso diferente para o trabalho. Se você está guiando e se sentir seguro, abra as janelas para ajudar a formar um novo mapa mental. Se for a pé para o trabalho, as possibilidades neuróbicas são ainda maiores.

Em sua viagem rotineira, o cérebro entra no piloto automático com um mínimo de estimulação e exercício. Um percurso diferente ativa o córtex e o hipocampo para integrar as novas paisagens, cheiros e sons que você encontra num novo mapa cerebral.

Num seriado de televisão americano, perguntam a um personagem como ir de Manhattan a Coney Island. Ele se lança numa elaborada descrição do percurso por metrô e ônibus, envolvendo numerosas baldeações em diversos pontos da cidade, com várias alternativas em cada ponto e as consequências de cada opção.

A pessoa que fez a pergunta interrompe para indagar: “Não poderia simplesmente pegar a linha D do metrô e ir direto para lá?” Claro que isso era possível.

Mas o nosso personagem pensava e vivia em termos “neuróbicos”, procurando caminhos alternativos e novas possibilidades, mobilizando os poderes associativos e as faculdades de navegação do cérebro para um pensamento espacial flexível. Seu interlocutor, infelizmente, permanecia aprisionado na rotina.

Sinta-se no controle

Estimule os circuitos táteis envolvidos nas rotinas de guiar, passar a marcha e sinalizar usando novos materiais.

É importante que novas texturas sejam colocadas nos controles, porque isso confere importância à nova informação sensorial: como você precisa guiar com precisão e habilidade, tem de prestar atenção a qualquer coisa envolvida no processo.

Improvise, prendendo, com fita adesiva ou velcro, materiais de texturas diferentes no volante ou na alavanca da marcha. Compre ou confeccione algumas capas de volante com texturas incomuns, como bolas salientes, pano felpudo, vinil. Use uma capa diferente a cada semana.

Considere a possibilidade de trocar de carro com um amigo que tem um veículo diferente, uma van ou jipe, por exemplo.

Se, em geral, é você quem dirige, troque de lugar e viaje no banco traseiro, dando a direção para alguém com quem se sinta seguro. Sua perspectiva do percurso é totalmente diferente.

Texturas diferentes produzem padrões de atividade diferentes no córtex cerebral: é por isso que você pode distingui-las. Mas depois de repetida exposição à mesma textura, seu cérebro mal presta atenção.

Quando você muda as texturas, guiar se torna diferente e seu cérebro não pode mais usar as suposições com que você está familiarizado para controlar o carro.

Além disso, o uso de texturas diferentes para uma atividade como guiar pode ativar outras redes de associações num novo contexto. Você pode acabar descrevendo a ida para o trabalho pela manhã como “áspera”, não por causa do trânsito, mas porque foi esse o estímulo tátil que experimentou.

No trabalho

Quase todos nós passamos a metade das horas em que ficamos acordados no trabalho. É também o lugar em que mais tememos perder nossas faculdades cognitivas.

O trabalho pode consumir muito poder cerebral, mas a maior parte deste poder se concentra em tarefas específicas – preparar um relatório, fazer um balancete – que normalmente não usam o potencial associativo do cérebro.

Enquanto você está ocupado no trabalho, não precisa de quebra-cabeças ou outros “exercícios” mentais tradicionais para forçar mais ainda o cérebro. Mas pode usar a Neuróbica para proporcionar a si mesmo “pausas mentais” que alongam e flexionam sua mente ao longo do horário de trabalho.

Usaremos o exemplo de um serviço de escritório para indicar as oportunidades neuróbicas que não interferem com os esforços ou a ética do trabalho. Você pode adaptar os exercícios seguintes à sua situação de trabalho.

Mude um pouco as coisas

Com a exposição e rotina diárias, seu córtex e hipocampo formam um “mapa” espacial de sua mesa, de tal maneira que é preciso pouco esforço mental para localizar o mouse do computador, o telefone, o grampeador, a cesta de papel e outros objetos.

Mude tudo de lugar, ao acaso. Aproveite para pôr o relógio no outro pulso. Mudar a localização de objetos familiares que você normalmente pega sem pensar serve para reativar as redes de aprendizado espacial. As áreas visuais e sensoriais do cérebro voltam a funcionar para reajustar os mapas internos.

Mudar as coisas de lugar não precisa se restringir à sua escrivaninha ou aos móveis. Se o seu horário de trabalho é flexível, altere a ordem em que realiza as tarefas diárias.

A primeira coisa que faz pela manhã é verificar a correspondência? Experimente fazer em outro horário. Pode tirar as folgas meia hora mais cedo ou mais tarde? Ou trocar as reuniões regulares da manhã para a tarde? Dentro das restrições de seu trabalho, incorpore um pouco de “desordem”.

Se você quer saber o resultado imediato de rearrumar as coisas familiares, basta mudar a cesta de papel da posição em que se encontra há muito tempo. Vai descobrir que se vira para o lugar antigo cada vez que quer jogar fora alguma coisa.

Os circuitos sensoriais e motores em seu cérebro foram programados pela experiência repetida para jogar um papel descartado numa determinada direção.

O momento em que você se controla e redireciona suas ações reflete o alerta aumentado do cérebro para uma nova situação e o início de uma nova série de instruções sendo registradas em sua programação mental.

Veja as coisas sob uma nova luz

Ponha filtros ópticos de cores diferentes, encontrados nas lojas de fotografia e de material de arte, na lâmpada em sua mesa. Verifique primeiro se não há risco de pegar fogo.

As cores evocam intensas associações emocionais que podem criar sentimentos completamente diferentes sobre objetos e eventos comuns.

Além disso, inesperados efeitos ocasionais de cor, como uma xícara de café de plástico violeta, contrariam as expectativas de seu cérebro e acendem inúmeros bips na “tela de radar” da sua atenção.

Faça com que as tarefas tenham cheiros

Você pode ativar a memória ao associar um odor a uma tarefa específica. Por exemplo, para ajudá-lo a lembrar um determinado número de telefone, use um cheiro específico cada vez que fizer uma ligação.

Para esse exercício, use latinhas de cheiros ou compre algumas ervas. Esmagar tomilho, hortelã ou sálvia proporciona uma indicação olfativa forte e eficaz. Certos cheiros produzem um aumento da atenção e energia.

No Japão, os odores de noz-moscada e canela são acrescentados aos sistemas de ar condicionado dos prédios de escritórios para aumentar a produtividade.

Esse exercício leva o uso de odores um passo adiante: em vez de proporcionarem uma estimulação olfativa como um fundo passivo para tudo o que você faz, os odores podem ser usados para realçar aspectos específicos de seu trabalho, criando condições para uma memória mais duradoura.

No mercado

Durante milhares de anos conseguir comida era um vigoroso exercício neuróbico, envolvendo todos os sentidos: perseguir animais pela vista, cheiro e som; decidir quando plantar ou colher pela “leitura” do tempo; recordar como localizar os melhores pontos de caça e pesca.

Cada estação apresentava seus próprios desafios e oportunidades para obter comida. O medo de passar fome sempre assomava no horizonte. Descobrir comida nunca constituía uma tarefa rotineira e era sempre uma atividade muito social. Acredita-se que a linguagem teve suas origens na caça.

A sociedade moderna eliminou de maneira eficaz o tempo, a luta e os fatores desconhecidos envolvidos na obtenção de alimentos. Mas perdemos alguma coisa em troca da previsibilidade e conveniência do supermercado.

Em vez de a comida ser um banquete para os sentidos, a embalagem de supermercado apela basicamente para a visão. E neste mundo de alimentos embalados a vácuo, congelados ou enlatados, a estimulação baseada em outros sentidos, como paladar, tato e olfato, é eliminada ou relegada a um segundo plano.

O contato humano está sendo substituído por caixas automáticas. Até mesmo os corredores e as disposições das gôndolas foram programados para “caçar o cliente”, não para a estimulação sensorial.

Os exercícios seguintes tentam despertar de novo o caçador-colhedor dentro de nós, solicitando mais nossos sentidos e as associações entre eles, assim como alguns aspectos sociais da “caçada”.

Essas atividades podem envolver algum tempo extra e, em alguns casos, um pouco mais de dinheiro, mas oferecem grandes recompensas em termos da nutrição do cérebro.

Visite uma feira-livre

Como os produtos oferecidos são em geral o que se produz na região e na estação, você nunca sabe o que vai encontrar. Vá à feira ou a um mercado de produtores com um ânimo de explorador, sem levar uma lista.

Invente refeições com produtos cujo aspecto e cheiro lhe proporcionarem uma sensação agradável. Vamos ver, por exemplo, como um mercado de produtores de maçãs nos Estados Unidos apela para os sentidos do cliente.

Você estaciona o carro ali durante um passeio no outono, que é o auge da temporada, e examina as variedades de maçãs oferecidas. Enquanto explora a diversidade de tamanhos, formatos e cores, pega uma maçã de cada variedade.

Sente sua textura e firmeza, aspira seu aroma. Deixa o plantador cortar um ou mais tipos de maçã que você nunca viu antes e prova.

Ouve interessado ele falar sobre seu pomar enquanto sente o gosto um pouco ácido e experimenta as diferenças entre uma maçã farinhenta e outra suculenta e crocante. Troca opiniões com outros clientes.

De repente, sente com a maior intensidade que o dia está lindo, as folhas começam a mudar de cor, há uma fragrância de maçãs fermentando, o céu exibe um azul inesquecível. Em torno do ato simples de comprar algumas maçãs, você criou uma rica teia de memórias.

Quando os vendedores são as próprias pessoas que cultivam as maçãs, você conhece pessoas e ouve histórias muito interessantes. Pergunte pelos pomares, a colheita do ano, se há uma receita especial para o que está comprando.

Em qualquer mercado ou feira em que frutas e legumes ficam expostos, você pode viver essa experiência e enriquecer seu cérebro.

Esse exercício contém todos os elementos neuróbicos: novidade, associações multissensoriais entre diferentes formas, cores, cheiros e sabores, além da interação social.

Visite os mercados étnicos

Um mercado asiático, hispânico ou indiano oferece uma ampla variedade de diferentes vegetais, temperos e produtos embalados. Escolha um setor que não conheça. Pergunte ao vendedor como preparar os alimentos que estão nas prateleiras.

Passe algum tempo na seção de condimentos. Culturas diferentes usam temperos radicalmente diversos. É bem provável que você encontre cheiros e gostos que nunca experimentou antes.

Se tiver sorte, o mercado terá amostras de alimentos prontos para você se servir pessoalmente de cereais, feijões e condimentos. Compre alguns sacos pequenos de qualquer coisa que atraia sua fantasia para usar mais tarde como estímulo tátil, olfativo ou de paladar.

O sistema olfativo pode distinguir milhões de odores pela ativação de combinações singulares de receptores no nariz. Cada receptor é como uma única nota num piano, e a percepção de um odor equivale a tocar um acorde.

Encontrar novos odores acrescenta novos acordes na sinfonia da sua atividade cerebral. E porque o sistema olfativo está ligado diretamente ao centro emocional do cérebro, novos odores podem evocar inesperados sentimentos e associações, inclusive vínculos com o grupo étnico envolvido.

Açougue, padaria, peixaria

Pode não haver mercados étnicos no lugar onde você vive. Mas a maioria das localidades tem lojas especializadas, com vendedores que conhecem os produtos que vendem.

Peça para ver, sentir e cheirar os produtos. Pergunte de onde vêm e como prepará-los. Numa peixaria, ao ver, sentir, tocar e cheirar os peixes, você forma vínculos associativos com a variedade de formatos, tamanhos e cores.

Numa padaria, seu olfato faz um valioso exercício. Certos odores, como o de pão fresco, desencadeiam reações emocionais que estimulam as lembranças de outros eventos.

Uma embalagem a vácuo com postas de barracuda é igual às embalagens de uma centena de outros peixes, mas uma barracuda inteira, com sua aparência grotesca, é memorável.

Nas refeições

Em “Uma história natural dos sentidos”, Diane Ackerman ressalta que o paladar está estreitamente ligado à atividade social: o almoço de negócios, o banquete de comemoração, o jantar oficial, o bolo de aniversário, vinho e drinques para todos os tipos de ocasiões.

E como o paladar é um sentido bastante sensível e íntimo, está também ligado à memória emocional. À medida que crescemos, em geral partilhamos as experiências do dia com a família na hora do jantar.

Certos pratos marcam eventos especiais em nossa vida ou são associados a rituais religiosos, a um feriado, muitas vezes a aniversários de nascimento ou casamento.

Nas refeições, os sistemas visual, olfativo, tátil, do paladar e mesmo o emocional/de prazer estão intensamente ligados, fornecendo associações para o córtex e usando diretamente os circuitos de memória mais aguçados.

E, no entanto, porque é mais fácil, tendemos a fazer com que as refeições sejam previsíveis e repetitivas: comemos o mesmo cereal todas as manhãs, o mesmo sanduíche ou salada na hora do almoço e, se for terça-feira, o mesmo bolo de carne no jantar.

As refeições, no entanto, mais do que as outras atividades diárias, nos oferecem a possibilidade de levar todos os sentidos para a mesa, num serviço agradável para a saúde do cérebro.

Cada refeição é uma oportunidade ideal para confraternizar com cônjuge, filhos, amigos ou colegas de trabalho. Essas interações exercem efeitos positivos demonstráveis na saúde do cérebro. Ao mudar a maneira como você come, sem alterar o que você come, é possível gerar grandes benefícios para o cérebro.

Transforme as refeições em acontecimentos sociais

Elimine o jornal e outras distrações da mesa do café da manhã em alguns dias por semana. Deixe que sua atenção se concentre no que você está comendo e bebendo e em quem está à mesa com você.

Ao jantar, desligue o rádio ou a TV e faça com que todos sentem à mesa. Talvez você queira começar a refeição com uma oração, ou um agradecimento, que une ainda mais as pessoas e vincula as palavras à comida.

Lembra como os professores costumavam dizer “Quero sua total atenção”? Ao estudar os mecanismos da atenção do cérebro, os neurocientistas descobriram que este é, na verdade, um recurso limitado.

Quanto mais atenção você dispensa à leitura de um jornal, menos poder cerebral fica disponível para notar outras coisas ou pessoas em seu ambiente.

Claro que não é mau se manter a par dos últimos acontecimentos, mas vale a pena perguntar a si mesmo se está lendo pela informação, pelo simples hábito ou para se manter isolado.

No trabalho, organize um local em que todos comam juntos, às vezes até troquem a comida que trouxeram de casa.

Se você mora sozinho, convide um amigo para o jantar, mesmo que seja apenas uma quentinha de comida chinesa. Reforçar os contatos sociais sempre proporciona dividendos ao cérebro.

Partilhe uma refeição em silêncio

Você vai se surpreender ao descobrir como se torna mais intenso o sabor da comida e como os sons são mais nítidos quando se escolhe partilhar uma refeição em silêncio.

Numa reação automática, você vai comer mais devagar, saboreando os alimentos, sentindo sua textura, aspirando seu aroma, ouvindo novos sons que a conversa em geral encobre.

A ausência de comunicação verbal obriga você a usar diferentes circuitos associativos para “falar” e decifrar o que está sendo “dito”.

A dança das cadeiras

Todos podem trocar de lugar nas refeições. Na maioria das famílias, cada pessoa tem o “seu” lugar. É incrível como essas disposições se tornam permanentes.

A troca de cadeiras muda a “posição” que você ocupa, a pessoa com quem se relaciona mais de perto, sua vista da sala, até mesmo seu acesso ao saleiro.

Trocar de lugar à mesa nas refeições acarreta novos “arranjos sociais”. Cada lugar à mesa tem suas associações específicas: a cadeira do lado para o filho, a cabeceira para o chefe da família. Pela simples mudança de lugares, você está desafiando e reformulando essas associações desgastadas pelo tempo.

No lazer

Quer seja ao final de um longo dia, uma semana cansativa ou um mês movimentado, todos nós precisamos de tempo para relaxar e revigorar a mente. Mas nem todos os relaxamentos são necessariamente bons para o cérebro.

Assistir à TV por muitas horas é o exemplo mais óbvio. As pesquisas têm demonstrado que ver televisão embota a mente, literalmente: o cérebro se torna menos ativo quando se vê TV do que durante o sono!

E quem fica constantemente grudado na televisão está menos ligado a interações sociais, o que por sua vez tem consequências negativas a longo prazo. Em contraste, há muitas atividades agradáveis e relaxantes que incorporam os princípios da Neuróbica.

É bem provável que algumas de suas atividades atuais nas horas de lazer sejam mais neuróbicas e melhores para o cérebro do que outras. Portanto, o primeiro passo é avaliar como você aproveita seu tempo livre e determinar se inclui ou não uma boa dose de Neuróbica.

O importante é alcançar um equilíbrio entre a atividade neuróbica que estimula o cérebro e os momentos em que você precisa apenas deixar a mente inativa.

Novos lugares, novos rostos

As férias abrem inúmeras possibilidades para a mudança de rotina. Vá para um lugar em que nunca esteve antes. A viagem alarga os horizontes, sobretudo se você não procurar o McDonald’s em Paris ou um shopping center na Guatemala.

Trate de explorar as diferenças visuais, olfativas e auditivas que um novo lugar oferece. Experimente a comida e as diversões locais, use transportes coletivos, vá aos lugares frequentados pelos habitantes locais.

Procure evitar os grupos grandes de excursão. Faça um esforço para conhecer e trocar experiências com pessoas de culturas diferentes. A viagem oferece a cada momento alguma coisa nova para os sentidos.

Os mapas espaciais que usamos em nosso dia-a-dia se tornam subitamente inúteis e novos mapas devem ser formados. O estresse que você pode sentir ao tentar absorver novas paisagens, sons, alimentos e uma língua estrangeira é, na verdade, o seu cérebro desenvolvendo uma ação intensa!

Uma tarde passada conversando com o dono de uma pequena loja numa cidade diferente pode ser mais memorável, e melhor para a memória, do que outra atração turística considerada “imperdível”.

Acampe

Fazer uma viagem acampando é sem dúvida muito diferente do que passar uma semana à beira da piscina num hotel. Provavelmente não há maneira mais direta de experimentar o inesperado do que o camping.

Não apenas você é responsável por montar seu abrigo, mas também fazer sua comida e lidar com os desafios do tempo. Além de conviver com pessoas interessantes que enfrentam essas situações e encontram alegria nesse tipo de experiência.

Participe de um projeto comunitário

Com seus vizinhos, participe de um projeto comunitário, como cuidar da praça do seu bairro. Não apenas você vai ter uma interação com outras pessoas, crianças e autoridades públicas, mas também vai precisar usar as mãos (e o cérebro) de maneiras inesperadas.

Notas Finais

À medida que as pessoas vivem cada vez mais, a questão de preservar a energia mental na meia-idade e além dela se torna muito importante. Há um crescente interesse – e um profundo otimismo – em manter e até aumentar a capacidade cerebral dos idosos.

Com a ajuda de novos e eficazes instrumentos da biologia molecular e imagens do cérebro, neurocientistas do mundo inteiro têm literalmente observado a mente em funcionamento.

Estão descobrindo, quase todos os dias, que muitas crenças negativas sobre o envelhecimento do cérebro não passam de mitos. “Mais velho e mais sábio” não é apenas um clichê esperançoso, mas pode corresponder à realidade.

Da mesma forma como você é capaz de manter seu bem-estar físico, também pode cuidar de sua saúde e capacidade mental. Embora nova e não totalmente comprovada por uma grande bateria de testes, a Neuróbica baseia-se em sólidos princípios científicos.

É uma síntese extraordinária de descobertas substanciais sobre o cérebro, proporcionando uma estratégia concreta para mantê-lo apto e flexível à medida que você envelhece. Portanto, pratique as técnicas ensinadas e mantenha seu cérebro vivo!

Dica do 12’

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Quem escreveu o livro?

Lawrence C. Katz foi um neurobiológo estadunidense e pesquisador no Howard Hughes Medical Institute. Seu laboratório estava... (Leia mais)

Autor de 'Mantenha se... (Leia mais)

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